Esta sede de poupar

O Ministro do Ambiente e Ação Climática defendeu esta semana um aumento no preço da água, para mostrar que é escassa, conforme dá conta o Observador. É verdade que a água para consumo é um bem essencial que damos como adquirido e que porventura mereceria outra estima, não apenas por parte de quem a consome, mas também de quem a gere. Mas atendendo a que a mensagem parece ser dirigida essencialmente aos consumidores, nada como deixar algumas sugestões que nos podem ajudar a dar à água o merecido respeito e valor.

Antes de mais, a detecção e correcção de fugas é imprescindível. Torneiras e autoclismos com fugas são ladrões silenciosos. Por outro lado, o combate ao desperdício: abrir a torneira apenas quando necessário, instalar redutores de caudal e reduzir o volume da descarga do autoclismo são outras medidas que vão ajudar a reduzir a factura mensal. Pode ainda colectar a água fria que sai do banho (enquanto não vem a água quente) e aproveitá-la mais tarde para rega ou mesmo para consumo.

E se é de valor que falamos, nada como umas contas rápidas: imaginemos uma família que consome em média, 4 garrafões de água por semana. Multiplicando pelo preço de 0,63€ por garrafão, são 2,52€ por semana. Ou 131,04€ por ano. Cerca de 130 € que pode facilmente poupar se for capaz de trocar água engarrafada por água canalizada, que custa cerca de 100 vezes menos! Se ainda acha esta poupança irrisória ou insuficiente, sabe que montante deveria ter aplicado num depósito a prazo durante um ano, com uma TANB de 0,1% para obter um rendimento líquido de 130 €? Pois bem, teria que aplicar um pouco mais de 180.000,00€.

A escolha é sua. E se optar por aplicar os tais 180 mil euros, pode sempre por esse rendimento de parte para comprar água. Há vícios piores…